ENDURO IGUANAS 2016
Posted: 01 Mar 2016, Tue, 17:04
Boa tarde para todos, espero que todos já estejam enxutos novamente, que o mofo e o bolor das botas estejam sendo eliminadas e que as frieiras devidamente curadas.
Dizem que é o efeito "El Niño", outros do "aquecimento global".... o fato é que fazia tempo que não chovia tanto.
Lembro de uma prova em Cascavel onde tambem largamos debaixo de um temporal, e logo depois do deslocamento havia um rio para ser cruzado, por sorte tinha uma bela de uma ponte de concreto. O problema é que veio uma tal de "cabeça d´agua", um vagalhão e a agua parecia que vinha em forma de degraus. Não deu outra, a correnteza cobriu a ponte e pouquissimos pilotos conseguiram (ou tiveram coragem) de cruzá-la. Já fazem uns 25 anos.... (nem lembro mais... hehehehe), sei que o Polaco Preto ergueu sua Agrale 27.5 e a empurrou até o outro lado, eu com minhas "perninhas" consegui, me equilibrando, brigando contra a correnteza, fazendo força e torcendo para que não entrasse agua no filtro de PVC elevado da minha "cavocada" Yamaha DT 180, cheguei do outro lado, o Argos lembro que tambem passou.... A prova seguiu em frente, mas logo no primeiro neutro a prova foi cancelada. Lembro que uma ou duas motos foram arrastadas pelo rio, um dos pilotos conseguiu amarrar (é naquele tempo todos levavam um kit sobrevivencia com cordas e etc...) a moto no alto de um "chorão" (árvore que dá na beira dos rios) e a mesma só foi encontrada/resgatada uns dias depois.
Bons tempos.
O enduro do domingo próximo passado remeteu-me à 1989/1990. Chovia muito, vontade de trocar de roupa, entrar no parque fechado, digitar horario ideal, horário de largada, pegar os "localizadores" e etc..., era zero, alem disto, sujar a moto, a roupa, a bota, molhar se inteiro... para que???? Pensar que logo depois da largada a "cobra ia fumar", as subidas, as descidas incontroláveis, sabão de caboclo, riozinhos, riachos, rios e riozões com certeza dariam o ar da sua graça. Reflorestamento, raizes expostas, algumas escondidas e sempre na diagonal para levar até os mais experientes ao chão... Viseira alem de suja, embaçada, os pés dentro da bota fazendo schluf... schluf.... entre girinos e larvas de aedes "egipcio" e zikas....
Ah nao pensei.... e a chuva não parava de cair... Disse para alguns amigos de que não iria largar, e de fato, não iria.... mas....
a chuva parou, amigos (da onça talvez) me convenceram a trocar de roupa, tirar a moto da carreta, ligar o Totem, o R2, e lá fui eu.
Deslocamento maravilhoso, estradinha com barro, chão duro, pedras, carreiros.... como o diabo gosta, aferição feita.
Sabia que a prova não seria decida nem na primeira curva e nem na primeira subida, e sim no final da prova. Assim sendo, fui no meu famoso e tradicional tô tô ... tô tô tóóó, não passando dos famigerados 4.000 rpm hehehehhe.... curvas lisas, filetes d´agua já viaram um corrego, as descidas lisssaaaasss, as subidas capiciosas, muitos já atravessados, outros caídos.... e numa entrada de trilha em subida, passei dos 4.000 rpm e lá foi a traseira da minha "queridinha" WR 250 para o lado, tentei segurar mas não teve jeito.
Lei de Murphy.... o unico parafuso exposto debaixo do guidom da moto enroscou na calça, sem apoio, fui ao chão.... quem disse que eu consigo tirar a calça do parafuso? Ou o parafuso da calça? Lá se passaram intermináveis 15 segundos. Quando finalmente, depois desta eternidade consegui levantar e fazer a moto pegar (maravilha de botão magico), eu estava na contra-mão, por sorte quem estava atras de mim pode desviar a tempo. Sobe, desce, faz a curva e desaparece, até o momento em que cruzamos o primeiro rio.
Aquela famosa visão apocaliptica, deveriam ter uns 7 ou 8 (mas pareciam mais de 100) tentando cruzar o rio. Uns já estavam lá dentro brigando com a moto e com a correnteza, alguns pedindo ajuda, outros já tinham cruzado mas a moto não pegava. Quando vi o Sussumo com dificuldades, resolvemos nos ajudar mutuamente o que foi feito. Mas quase que vi minha moto sendo levada pela correnteza. Que sufoco. Outros mais "raçudos" ou "sortudos" passaram e foram embora.
Logo depois chegamos num local onde vários pilotos estavam voltando dizendo que não dava para passar no rio e etc....
Sobre o episódio do Loth (Bomba) fiquei sabendo somente mais tarde já no estradão quando veio o apoio e a ambulancia.
Nada a fazer, voltamos para o neutro principal aguardando orientações.
A diretoria, por medidas de segurança e considerando que os rios continuavam a subir, tomou a decisão de cancelar a prova.
Dito isto, minha roupa, bota, moto, capacete e viseira que estavam "ecologicamente limpas", viraram um monte de fedentina, jogadas dentro de um saco plástico, foram para o tanque de lavar roupas.
Banho tomado, uma "pinguinha" para rebater o resfriado, e estou pronto para a proxima prova, de preferencia sem chuva...
É isto... 2016 promete ser chuvoso... as provas lisas.... e os organizadores terão que levar esta questão metereológica em conta.
Um abraço para todos e desculpe a encheção.... (é que desta vez, ninguem fez nenhum comentário, então aproveitei....)
Dizem que é o efeito "El Niño", outros do "aquecimento global".... o fato é que fazia tempo que não chovia tanto.
Lembro de uma prova em Cascavel onde tambem largamos debaixo de um temporal, e logo depois do deslocamento havia um rio para ser cruzado, por sorte tinha uma bela de uma ponte de concreto. O problema é que veio uma tal de "cabeça d´agua", um vagalhão e a agua parecia que vinha em forma de degraus. Não deu outra, a correnteza cobriu a ponte e pouquissimos pilotos conseguiram (ou tiveram coragem) de cruzá-la. Já fazem uns 25 anos.... (nem lembro mais... hehehehe), sei que o Polaco Preto ergueu sua Agrale 27.5 e a empurrou até o outro lado, eu com minhas "perninhas" consegui, me equilibrando, brigando contra a correnteza, fazendo força e torcendo para que não entrasse agua no filtro de PVC elevado da minha "cavocada" Yamaha DT 180, cheguei do outro lado, o Argos lembro que tambem passou.... A prova seguiu em frente, mas logo no primeiro neutro a prova foi cancelada. Lembro que uma ou duas motos foram arrastadas pelo rio, um dos pilotos conseguiu amarrar (é naquele tempo todos levavam um kit sobrevivencia com cordas e etc...) a moto no alto de um "chorão" (árvore que dá na beira dos rios) e a mesma só foi encontrada/resgatada uns dias depois.
Bons tempos.
O enduro do domingo próximo passado remeteu-me à 1989/1990. Chovia muito, vontade de trocar de roupa, entrar no parque fechado, digitar horario ideal, horário de largada, pegar os "localizadores" e etc..., era zero, alem disto, sujar a moto, a roupa, a bota, molhar se inteiro... para que???? Pensar que logo depois da largada a "cobra ia fumar", as subidas, as descidas incontroláveis, sabão de caboclo, riozinhos, riachos, rios e riozões com certeza dariam o ar da sua graça. Reflorestamento, raizes expostas, algumas escondidas e sempre na diagonal para levar até os mais experientes ao chão... Viseira alem de suja, embaçada, os pés dentro da bota fazendo schluf... schluf.... entre girinos e larvas de aedes "egipcio" e zikas....
Ah nao pensei.... e a chuva não parava de cair... Disse para alguns amigos de que não iria largar, e de fato, não iria.... mas....
a chuva parou, amigos (da onça talvez) me convenceram a trocar de roupa, tirar a moto da carreta, ligar o Totem, o R2, e lá fui eu.
Deslocamento maravilhoso, estradinha com barro, chão duro, pedras, carreiros.... como o diabo gosta, aferição feita.
Sabia que a prova não seria decida nem na primeira curva e nem na primeira subida, e sim no final da prova. Assim sendo, fui no meu famoso e tradicional tô tô ... tô tô tóóó, não passando dos famigerados 4.000 rpm hehehehhe.... curvas lisas, filetes d´agua já viaram um corrego, as descidas lisssaaaasss, as subidas capiciosas, muitos já atravessados, outros caídos.... e numa entrada de trilha em subida, passei dos 4.000 rpm e lá foi a traseira da minha "queridinha" WR 250 para o lado, tentei segurar mas não teve jeito.
Lei de Murphy.... o unico parafuso exposto debaixo do guidom da moto enroscou na calça, sem apoio, fui ao chão.... quem disse que eu consigo tirar a calça do parafuso? Ou o parafuso da calça? Lá se passaram intermináveis 15 segundos. Quando finalmente, depois desta eternidade consegui levantar e fazer a moto pegar (maravilha de botão magico), eu estava na contra-mão, por sorte quem estava atras de mim pode desviar a tempo. Sobe, desce, faz a curva e desaparece, até o momento em que cruzamos o primeiro rio.
Aquela famosa visão apocaliptica, deveriam ter uns 7 ou 8 (mas pareciam mais de 100) tentando cruzar o rio. Uns já estavam lá dentro brigando com a moto e com a correnteza, alguns pedindo ajuda, outros já tinham cruzado mas a moto não pegava. Quando vi o Sussumo com dificuldades, resolvemos nos ajudar mutuamente o que foi feito. Mas quase que vi minha moto sendo levada pela correnteza. Que sufoco. Outros mais "raçudos" ou "sortudos" passaram e foram embora.
Logo depois chegamos num local onde vários pilotos estavam voltando dizendo que não dava para passar no rio e etc....
Sobre o episódio do Loth (Bomba) fiquei sabendo somente mais tarde já no estradão quando veio o apoio e a ambulancia.
Nada a fazer, voltamos para o neutro principal aguardando orientações.
A diretoria, por medidas de segurança e considerando que os rios continuavam a subir, tomou a decisão de cancelar a prova.
Dito isto, minha roupa, bota, moto, capacete e viseira que estavam "ecologicamente limpas", viraram um monte de fedentina, jogadas dentro de um saco plástico, foram para o tanque de lavar roupas.
Banho tomado, uma "pinguinha" para rebater o resfriado, e estou pronto para a proxima prova, de preferencia sem chuva...
É isto... 2016 promete ser chuvoso... as provas lisas.... e os organizadores terão que levar esta questão metereológica em conta.
Um abraço para todos e desculpe a encheção.... (é que desta vez, ninguem fez nenhum comentário, então aproveitei....)