O que é e como funciona o Enduro FIM
Posted: 24 Oct 2011, Mon, 22:06
O que é o Enduro F.I.M.?
O FIM é a modalidade de enduro mais difundida em todo o mundo, principalmente na Europa, sendo que o campeonato mundial tem mais de 25 anos de existência. Lá fora chamam apenas de Enduro, mas como aqui temos o Enduro de Regularidade que é muito praticado, p/ não confundir, instituiu-se o nome FIM, que nada mais é do que a sigla da Federação Internacional de Motociclismo, já que trata-se de uma modalidade internacional.
Como funciona?
Existem algumas variações na quilometragem e número de voltas, mas aqui no TCC temos um padrão que consiste no seguinte: Imagine um circuito oval de aproximadamente 25 km, largando de um ponto e chegando no mesmo ponto novamente. Este circuito pode ser composto por ruas de asfalto, estradões de terra, caminhos abandonados, carreiros, pastos, reflorestamento, enfim, trilhas. Todo este roteiro a ser seguido pelo piloto é sinalizado por setas indicadoras de direção, bumpings, bandeiras, fitas e etc, isto é, todo o caminho é identificado visualmente pelo piloto. Obviamente, não é “bumpiado” como uma pista, pois seriam necessários 50km de fitas, mas as marcações são perfeitamente identificáveis.
Dentro deste circuito de 25 km, há trechos de deslocamento e trechos cronometrados, ou seja, não é como o cross country que você larga com a mão no fundo e acelera o tempo todo em todo percurso. No Enduro FIM, vc vai acelerar apenas em pequenos trechos que vão de 1 a 7 km normalmente, e que estão sinalizados no meio do circuito com placas de inicio e fim de especial. Fora destes trechos cronometrados, vc deve andar mais devagar, numa velocidade compatível com as leis de trânsito, passeando mesmo, afinal, são trechos onde há trânsito normal de veículos, pessoas e animais. No final, soma-se o tempo de todas as especiais cronometradas e o piloto que fizer em menor tempo (e não tiver penalização), vencerá.
A cada minuto largam 3 pilotos dos CHs (controle de horário), mas vc não vai precisar largar no gate, disputar curva, nem seguir a ordem, basta vc largar do CH na sua hora marcada, independente de ordem. Não tem problema o nº3 largar na frente do nº1 e nem o 2 largar atrás do 3, o importante é cada piloto passar pelo CH dentro daquele minuto especificado na sua cartela.
Nos testes cronometrados, que é onde vc vai acelerar, cada piloto larga sozinho, a cada ± 20 segundos, por ordem de chegada no início do teste, não importando a ordem numérica.
Vamos exemplificar: vc e mais 2 pilotos largam do CH1 (largada) e deslocam tranquilos, juntos ou não, por 500 metros até encontrarem a placa de INICIO de teste cronometrado (iT1) ou início de Especial (iE1). Faz a especial que tem 4 km e lá no final dele tem uma placa de final de teste (fT1 ou fE1). Cruzando por ela, vc desloca novamente por 3 km e encontra outra placa, agora de inicio de teste 2 (iT2). Percorre o teste e encontra outra placa que o finaliza (fT2). Desloca tranqüilo. Faz outro teste (it3 - fT3). Desloca outra vez até encontrar o CH2 (controle de Horário 2) no meio do circuito. No CH, vc deve esperar a hora e minuto certo (estará escrito na sua cartela que vc receberá antes da largada) para largar novamente. Vcs 3 largam outra vez no mesmo minuto, deslocam até um novo teste (iT4 - fT4) e assim por diante até chegar na largada novamente (CH3) para mais uma volta. O CH serve para segurar o piloto dentro da volta. Se não houvesse o CH com horários certos para cada piloto largar, em 2 ou 3 voltas, os primeiros a largar estariam passando os últimos, o que geraria uma mistura de categorias que poderia ser prejudicial à segurança da prova. Aqui no TCC, cada volta gira em torno de 70 ou 80 minutos, e este tempo é propositalmente calculado para que seja suficiente para o piloto descansar a cada parada nos CHs. Basta calcular que o piloto deve andar a aproximadamente 20 km por hora para conseguir passar nos CHs dentro do tempo estipulado. Tranquilo.
Normalmente são 3 ou 4 voltas neste circuito de 25 Km, onde a primeira volta é de reconhecimento e não valem os tempos dos testes cronometrados, valem somente os horários de passagem nos CHs (Controles de Horários). Lembro que nos testes cronometrados, o circuito é todo "fechado" pra vc poder acelerar tranqüilo, porém, atenção nunca é demais, pois animais soltos costumam não acatar os pedidos dos organizadores para não entrarem no roteiro.
Já nos deslocamentos, o circuito é aberto ao trânsito normal de veículos e pessoas, portanto, vc deve seguir as leis de trânsito e andar na velocidade condizente, sob pena de ser penalizado pela organização, pois o seu GPS informa a sua velocidade aos organizadores, de 1 em 1 segundo e vc pode ser penalizado por superar a velocidade permitida no local que, normalmente, em estradas rurais, a velocidade máxima é de 40 km/h.
E pra que servem os CHs? Como já foi dito, servem p/ que a prova siga um fluxo normal no que diz respeito à ordem de largada, ou seja, p/ que não haja atropelos, piloto 50 andando com o 02, categorias misturadas, estas coisas. Se não houvesse os tempos fixos p/ cada piloto largar nos CHs, haveria um acúmulo de pilotos andando ao mesmo tempo, no mesmo lugar, o que acarretaria muito trânsito e em conseqüência disso, atrasos e acidentes.
O que levar?
Fora o que se leva normalmente numa trilha, ajuda muito vc ter um relógio digital com a hora do dia de acordo com a organização e um lugar que vc possa guardar a sua cartela com os horários de passagem nos CHs. Alguns pilotos costumam colar a cartela na moto com fita transparente no p/lama traseiro, na espuma do guidão ou onde achar mais conveniente. É praxe aqui na Copa TCC, que todo CH tenha um relógio para que o piloto possa se orientar de acordo com o seu horário de largada, porém, já pensou se ele para de funcionar? Não é difícil isso acontecer naqueles dias de dilúvio, por isso a sugestão de sempre ter um relógio digital aferido com o horário da prova.
O texto é grande, eu sei, mas na prática essas informações serão assimiladas bem mais facilmente.
Ande sempre equipado e boa prova.
Estamos à disposição.
Cassius Vinicius Fernandes
Diretor Técnico de Enduro
TCC - Trail Clube de Curitiba
O FIM é a modalidade de enduro mais difundida em todo o mundo, principalmente na Europa, sendo que o campeonato mundial tem mais de 25 anos de existência. Lá fora chamam apenas de Enduro, mas como aqui temos o Enduro de Regularidade que é muito praticado, p/ não confundir, instituiu-se o nome FIM, que nada mais é do que a sigla da Federação Internacional de Motociclismo, já que trata-se de uma modalidade internacional.
Como funciona?
Existem algumas variações na quilometragem e número de voltas, mas aqui no TCC temos um padrão que consiste no seguinte: Imagine um circuito oval de aproximadamente 25 km, largando de um ponto e chegando no mesmo ponto novamente. Este circuito pode ser composto por ruas de asfalto, estradões de terra, caminhos abandonados, carreiros, pastos, reflorestamento, enfim, trilhas. Todo este roteiro a ser seguido pelo piloto é sinalizado por setas indicadoras de direção, bumpings, bandeiras, fitas e etc, isto é, todo o caminho é identificado visualmente pelo piloto. Obviamente, não é “bumpiado” como uma pista, pois seriam necessários 50km de fitas, mas as marcações são perfeitamente identificáveis.
Dentro deste circuito de 25 km, há trechos de deslocamento e trechos cronometrados, ou seja, não é como o cross country que você larga com a mão no fundo e acelera o tempo todo em todo percurso. No Enduro FIM, vc vai acelerar apenas em pequenos trechos que vão de 1 a 7 km normalmente, e que estão sinalizados no meio do circuito com placas de inicio e fim de especial. Fora destes trechos cronometrados, vc deve andar mais devagar, numa velocidade compatível com as leis de trânsito, passeando mesmo, afinal, são trechos onde há trânsito normal de veículos, pessoas e animais. No final, soma-se o tempo de todas as especiais cronometradas e o piloto que fizer em menor tempo (e não tiver penalização), vencerá.
A cada minuto largam 3 pilotos dos CHs (controle de horário), mas vc não vai precisar largar no gate, disputar curva, nem seguir a ordem, basta vc largar do CH na sua hora marcada, independente de ordem. Não tem problema o nº3 largar na frente do nº1 e nem o 2 largar atrás do 3, o importante é cada piloto passar pelo CH dentro daquele minuto especificado na sua cartela.
Nos testes cronometrados, que é onde vc vai acelerar, cada piloto larga sozinho, a cada ± 20 segundos, por ordem de chegada no início do teste, não importando a ordem numérica.
Vamos exemplificar: vc e mais 2 pilotos largam do CH1 (largada) e deslocam tranquilos, juntos ou não, por 500 metros até encontrarem a placa de INICIO de teste cronometrado (iT1) ou início de Especial (iE1). Faz a especial que tem 4 km e lá no final dele tem uma placa de final de teste (fT1 ou fE1). Cruzando por ela, vc desloca novamente por 3 km e encontra outra placa, agora de inicio de teste 2 (iT2). Percorre o teste e encontra outra placa que o finaliza (fT2). Desloca tranqüilo. Faz outro teste (it3 - fT3). Desloca outra vez até encontrar o CH2 (controle de Horário 2) no meio do circuito. No CH, vc deve esperar a hora e minuto certo (estará escrito na sua cartela que vc receberá antes da largada) para largar novamente. Vcs 3 largam outra vez no mesmo minuto, deslocam até um novo teste (iT4 - fT4) e assim por diante até chegar na largada novamente (CH3) para mais uma volta. O CH serve para segurar o piloto dentro da volta. Se não houvesse o CH com horários certos para cada piloto largar, em 2 ou 3 voltas, os primeiros a largar estariam passando os últimos, o que geraria uma mistura de categorias que poderia ser prejudicial à segurança da prova. Aqui no TCC, cada volta gira em torno de 70 ou 80 minutos, e este tempo é propositalmente calculado para que seja suficiente para o piloto descansar a cada parada nos CHs. Basta calcular que o piloto deve andar a aproximadamente 20 km por hora para conseguir passar nos CHs dentro do tempo estipulado. Tranquilo.
Normalmente são 3 ou 4 voltas neste circuito de 25 Km, onde a primeira volta é de reconhecimento e não valem os tempos dos testes cronometrados, valem somente os horários de passagem nos CHs (Controles de Horários). Lembro que nos testes cronometrados, o circuito é todo "fechado" pra vc poder acelerar tranqüilo, porém, atenção nunca é demais, pois animais soltos costumam não acatar os pedidos dos organizadores para não entrarem no roteiro.
Já nos deslocamentos, o circuito é aberto ao trânsito normal de veículos e pessoas, portanto, vc deve seguir as leis de trânsito e andar na velocidade condizente, sob pena de ser penalizado pela organização, pois o seu GPS informa a sua velocidade aos organizadores, de 1 em 1 segundo e vc pode ser penalizado por superar a velocidade permitida no local que, normalmente, em estradas rurais, a velocidade máxima é de 40 km/h.
E pra que servem os CHs? Como já foi dito, servem p/ que a prova siga um fluxo normal no que diz respeito à ordem de largada, ou seja, p/ que não haja atropelos, piloto 50 andando com o 02, categorias misturadas, estas coisas. Se não houvesse os tempos fixos p/ cada piloto largar nos CHs, haveria um acúmulo de pilotos andando ao mesmo tempo, no mesmo lugar, o que acarretaria muito trânsito e em conseqüência disso, atrasos e acidentes.
O que levar?
Fora o que se leva normalmente numa trilha, ajuda muito vc ter um relógio digital com a hora do dia de acordo com a organização e um lugar que vc possa guardar a sua cartela com os horários de passagem nos CHs. Alguns pilotos costumam colar a cartela na moto com fita transparente no p/lama traseiro, na espuma do guidão ou onde achar mais conveniente. É praxe aqui na Copa TCC, que todo CH tenha um relógio para que o piloto possa se orientar de acordo com o seu horário de largada, porém, já pensou se ele para de funcionar? Não é difícil isso acontecer naqueles dias de dilúvio, por isso a sugestão de sempre ter um relógio digital aferido com o horário da prova.
O texto é grande, eu sei, mas na prática essas informações serão assimiladas bem mais facilmente.
Ande sempre equipado e boa prova.
Estamos à disposição.
Cassius Vinicius Fernandes
Diretor Técnico de Enduro
TCC - Trail Clube de Curitiba