Por Marcos Werlang:
bom dia galera... nem sei por onde comecar... 3 paises, 3 mundos, 3 realidades, 3 desigualdades... precisarei ser um Sidney Sheldon para tentar descrever o que acontece por aqui.
Uns poderiam dizer, saimos do ceu, passamos pelo paraiso, entramos no chove e nao molha e estamos no inferno... (nao e tao radical assim, mas...)
Brasil e o ceu, guiana francesa o paraiso (das guianas), suriname terra de ninguem e a guiana inglesa um salve-se quem puder...
Vamos por partes:
em parte os franceses tem razao em serem rigidos nas exigencias para entrar no estado frances ultramarino. pelo menos aqui tem seguranca, as coisas funcionam e existe organizacao.
em compensacao tudo e muito caro pois a moeda local e o euro. estradas boas, fiscalizacao, vigilancia 24 horas. fizemos os tramites aduaneiros, e seguimos por uma linda estrada para Cayenne. Antes de Regina (pronuncia-se Regin'a) uma fiscalizacao nos parou e verificou tudo. Hotel bom, gerente brasileiro nos deu dicas importantes.
Valdemar e Mauricio com probleminhas estomacais... la se foi o meu remedio contra diarreia e outras cositas mas... o busanfan deles deve estar em chamas...
Saimos cedo em direcao ao Suriname. Demos a saida da Franca, cruzamos a balsa, do outro lado procedimentos de entrada, pagamento complicado do seguro da moto, cambio de dinheiro, e sempre aquela sensacao de que estamos sendo passados para tras... ficamos num bom hotel e bem localizado, mas tambem cidade perigosa e no entardecer tudo fecha e todos se recolhem. La fizemos um city tour pelo parque Palmistes, Flower market, casarios e orgaos departamentais da epoca da colonizacao. tudo bonito mas muito mal conservado e abandonado. 99% da populacao e negra e hindu. Imaginem a mistura disto tudo. Nos fazemos parte de uma minioria com menos de 1% da populacao.
Visitamos uma Mesquita muito bonita e grande. fomos muito bem atendidos pelo arabe. nos prestou muitas informacoes sobre o islamismo, dos conflitos, e etc... nos levou para o centro da Mesquita tiramos fotos e filmamos.
Ao lado da Mesquita ha uma Sinagoga tambem grande, mas ao contrario da Mesquita, tudo fechado, lacrado, ninguem te recebe, ou seja... duas realidades.
A catedral toda de madeira e um espetaculo em todos os aspectos. A mao inglesa no principio incomodou, mas agora ja estamos acostumados.
Saimos cedo em direcao a Guiana Inglesa. tinhamos a informacao de que a balsa faria a travessia as 11:00hrs e que so a faz uma vez por dia. Chegamos no horario certo, mas a balsa so sai as 13:00. tudo fechado, um calor incrivel. So para voces terem uma ideia, o calor daqui e igual ao calor de morretes no verao sem vento.
aquele retao de porto de cima ate morretes na hora do almoco, sol escaldante, asfalto mole, sem sombra.... torra ate o pensamento heheheheeh....
o visual da paisagem tambem e muito parecido com o nosso litoral de Alexandra para Matinhos pela estrada antiga, tanto na vegetacao, quanto no terreno e andando na contra mao.
A chegada aqui na Guiana inglesa foi complicadaa. Tudo o que os anteriores nao pediram, aqui exigiram. Visto, seguro, fotocopia, licenca internacional, declaracao de transito pagamento de taxas, pessoas mal humoradas e pouco prestativas.
Por sorte o chefe do setor nos atendeu bem, teve paciencia e nos encaminhou para os locais devidos. Detalhe, no Suriname e aqui n'ao existem placas indicativas, sinal do gps e duvidoso, e ninguem sabe dar informacoes. como dizem na giria: e o cu da cobra...
para fazer o seguro, tivemos que preencher forumularios com copia, detalhe, papel nao e carbonado e nao tem dao papel carbono, ou seja, preencher tudo duas vezes hehehehe... os preenchimentos de aduana sao todos manuais, imaginem o tempo perdido para uma unica liberacao, e isto com 40 graus na telha hehehehhe....
tudo pronto fomos em comboio no centrro do vilarejo para fazer o seguro das motos, uma por uma, manualmente,,,, e tudo porUS$ 2,00 para as 4 motos, ou seja, nao paga nem o papel que usaram... so dep9ois disto e que nos liberaram, e o guarda fiscal nos acompanhou ate a seguradora. No caminho o Luiz perdeu o passaporte com carteira... ficou apavorado... queria volta, o guarda nao deixou.... pedi que ligasse para a aduana, ele ligou e por sorte os documentos la estavam... uffaaaaaaaaaaaa.
Saimos de Molston Creek com destino a Georgetown... pensem numa muvuca... fizemos praticamente170km no meio de um transito infernal,mao inglesa, vans, bicicletas, porcos, cachorros, jegues, motocicletas, caminhoes, tratores, colheitadeiras, comercio ambulante, ensacamento de arroz na beira do asfalto, obras de recuperaco de pontes, uma casa do lado da outra, e a cada 500m o vilarejo mudava de nome.... as vans cheias de gente, param em qualquer lugar, disputam passageiros no tapa, e atras das moitas ficam os guardas para te multar... por sorte saimos incolumes. O Luiz falou que estes 170km valeram por 300. que sufoco.
A chegada em Georgtown foi tranquila pois o transito fluiu e entramos direto na rua principal (Main Street) onde estava o nosso hotel o Tower Hotel.
Hoje contratamos o passeio para o Kaieteur Falls, o Valdemar nao ira, di$$e que tem medo de aviao....
A recepcionista nos alertou sobre o perigo da cidade e disse: caminhem somente neste setor mas com muito cuidado. Saimos andamos uns 10 guarteiroes e voltamos rapidinho. Uma muvuca que nao vale a pena. Pior que Bolivia, Paraguay e Peru juntos.
Amanha Kaieteur falls, depois iremos para o Rock View Lodge, 350k de chao no meio da floresta amazonica da guiana. Ao todo serao 450km sem nada no caminho. Sera o ponto alto da viagem... e vamo que vamo.
daqui para frente teoricamente comeca o nosso retorno ao Brasil.
